A história do comércio eletrônico

Considerando o conceito básico de comércio como uma troca entre duas ou mais pessoas, não é possível estabelecer uma data precisa em que tudo começou. Sabe-se somente, por registros históricos de vários povos, que o comércio existe desde a antiguidade e foi se adaptando às necessidades com o passar do tempo.

No início as transações comerciais consistiam basicamente na troca direta de um produto por outro, processo conhecido como permuta ou escambo. Desta maneira um produtor de trigo, por exemplo, trocava parte da sua colheita por uma certa quantidade de milho de um outro produtor. Ambos se beneficiavam com esta troca direta, ao mesmo tempo em que movimentavam um produto que tinham em estoque, adquiriam um outro que não tinham à disposição.

Este método foi suficiente para os povos antigos por vários séculos. Entretanto, à medida que as sociedades foram evoluindo e se tornando mais complexas, surgiu a necessidade de se criar um sistema mais eficiente, flexível e estável para as negociações. Primeiro surgiram as moedas, que tinham o seu valor definido pelo peso do metal precioso do qual eram feitas: bronze, prata, ouro, etc.

A moeda revolucionou o comércio e rapidamente se espalhou por todo o mundo. Mais alguns séculos e o mundo veria surgir o conceito do papel-moeda. Emitidos por governantes locais que atestavam sua autenticidade, estes papéis não tinham nenhum valor real por si próprios, eram meras representações de uma riqueza real armazenada em algum lugar. Não demorou muito para aparecer também o cheque.

O final desta evolução todos nós conhecemos. Com a modernização do sistema bancário impulsionada pelos recentes avanços tecnológicos finalmente surgiu os cartão de crédito que se espalhou rapidamente por todo o mundo. Eles ajudaram a criar a base sobre a qual o comércio eletrônico iria se apoiar. O último capítulo desta história está sendo escrito neste exato momento: são as criptomoedas. O que acontecerá de agora em diante ? O futuro dirá…

 

E-COMMERCE NO SÉCULO 19 ?

Quando pensamos em comércio eletrônico geralmente temos a imagem das atuais lojas online, onde os produtos podem ser escolhidos com um clique de mouse e o pagamento realizado ali mesmo, eu poucos segundos, através do cartão de crédito. Entretanto, as origem do comércio eletrônico podem estar num passado muito mais distante do que costumamos pensar.

Em 1888, mais de um século antes do surgimento da internet, o norte-americano Richard Sears começou a vender produtos à distância através de um sistema de catálogos. A ideia era simples porém brilhante: atender as regiões mais remotas do país sem abrir lojas físicas ou viajar com os produtos em si. A população destas regiões geralmente pagava mais caro do que os preços praticados nas grandes cidades devido à falta de concorrência. Existia uma gigantesca oportunidade de negócios e a Sears foi a pioneira e a líder deste setor.

Os pedidos chegavam por diversos meios, inclusive pelo telégrafo, e os produtos eram enviados pelos correios usando a estrutura de ferrovias que crescia rapidamente. Com o sucesso nas vendas, o catálogo de produtos foi crescendo e depois de uma década o famoso Wish Book da Sears já ultrapassava 700 páginas em cada edição, com gravuras, descrições e preços de milhares de produtos de todos os tipos. A Sears foi a Amazon do século XIX !

 

A ERA PRÉ-INTERNET

Dos anos 50 até o final dos anos 70 os computadores eram equipamentos gigantescos que ocupavam uma sala inteira e só estavam ao alcance dos governos, centros de pesquisa e grandes empresas. Na década de 1980 o computador pessoal começaria a se popularizar e chegar também às residências e pequenas empresas. Este movimento seria mais um fator importante para o avanço do comércio eletrônico.

Em 1979 um empreendedor britânico chamado Michael Aldrich criou o Videotex, uma TV modificada conectada a uma linha telefônica que permitia fazer compras online. Na verdade este dispositivo permitia muitas outras aplicações através da interação com computadores de grande porte das empresas contratantes. Em pouco tempo, sua invenção se espalhou por todo o Reino Unido. Antes mesmo do termo e-commerce ser criado, ele denominou esta nova maneira de fazer negócios de teleshopping.

Enquanto isto, em 1982 é lançado na França o Minitel, considerado um dos serviços onlines mais bem sucedidos antes da internet comercial. Através de um terminal de texto ligado a uma linha telefônica era possível fazer compras online, reservar passagens de trem, consultar o valor de ações na bolsa de valores, pesquisar o catálogo telefônico e até conversar com outros assinantes através de um chat online.

 

O SURGIMENTO DA INTERNET

Em 1990, o cientista da computação inglês Tim Berners-Lee cria a World Wide Web, o primeiro navegador web, os protocolos e os algoritmos básicos que permitiram o surgimento da internet como a conhecemos hoje. Sua invenção ajudou a popularizar a internet e abriu caminho para inúmeras aplicações que seriam criadas nos anos seguintes.

Em se tratando de e-commerce, a primeira venda realizada de fato pela internet que se tem registro aconteceu em 1994. Foi uma pizza de pepperoni e champignon com queijo extra comprada no site da PizzaHut !

O ano de 1995 ficou marcado pela fundação de dois dos maiores gigantes do e-commerce mundial: Amazon e eBay. Estas empresas ajudaram a revolucionar a maneira de se comprar e vender todo tipo de produto pela internet. Finalmente o comércio eletrônico iria encontrar o grande público e se transformar num fenômeno de massa.

Os primeiros 5 anos da internet comercial no Brasil foram embalados por aquele som nostálgico das placas de fax-modem de 56Kbps. Quem viveu esta época vai se lembrar como era. Como as conexões discadas custavam o mesmo que uma ligação local, a maioria dos “internautas” pioneiros do país tinha que aguardar até depois da meia-noite pra navegar de graça na “grande rede mundial de computadores” (rs).

Foi só a partir do ano 2000 que a conexão de banda larga começou a chegar ao Brasil. A internet deixou de ser acessada somente nas madrugadas e finais de semana e passou a fazer parte da vida de um número cada vez maior de brasileiros. Passamos a viver conectados permanentemente, primeiros através dos computadores e notebooks, depois pelos tablets e smartphones. Estava derrubada a última barreira para que o comércio eletrônico deslanchasse por aqui também.

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